O Ministério da Saúde lançou no último dia 4 de outubro campanha para estimular a doação de leite materno. O objetivo é sensibilizar e mobilizar as mulheres de todo país que estejam amamentando a ajudarem no abastecimento dos bancos de leite de todo o país, que fornecem o alimento para bebês internados, nascidos prematuramente e com baixo peso. Esta é mais uma estratégia da Rede Cegonha para redução da mortalidade infantil.
Conforme o Relatório de Monitoramento 2012 do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), de 1990 para cá o Brasil reduziu em 73% a mortalidade infantil. Naquele ano, a cada mil crianças nascidas vivas, 58 morriam antes de completar 5 anos de vida. Em 2011 a taxa brasileira era de 16 por 1.000.
Segundo o Ministério da Saúde, todo ano são coletados por volta de 150 mil litros de leite humano, que são pasteurizados, certificados e distribuídos a mais de 135 mil recém-nascidos de todo o país, principalmente os hospitalizados. Mais de 115 mil mães doam leite anualmente. O volume de leite doado atende de 55% a 60% da demanda pelo alimento. A meta é ampliar em 15% ao ano o volume coletado.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem a maior e mais complexa rede de banco de leite humano no mundo, com 212 bancos e 110 postos de coleta espalhados por todo país. A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (RBLH) exporta tecnologia e conhecimento para os países da Iberoamérica e África.
A campanha deste ano valoriza as doadoras e as crianças que sobreviveram graças à solidariedade de mães brasileiras. “Nosso esforço é para sensibilizar cada vez mais pessoas e buscar mais mães para se envolverem e participarem dessa corrente”, disse o ministro Alexandre Padilha.
Com o tema Doar leite materno é multiplicar vida com esperança: é somar saúde com solidariedade; é dividir o alimento mais completo que existe; é diminuir a mortalidade infantil; é igual ao amor – quanto mais a gente doa, mais a gente tem, a campanha tem como madrinha a atriz e apresentadora Maria Paula. Enquanto amamentava seu filho Felipe, hoje com 4 anos, ela doava leite. Para as peças publicitárias foi convidada também a menina Júlia Victória. Prematura, foi alimentada pelo leite doado por Maria Paula e hoje é uma criança saudável.
Segundo a madrinha, muitas mulheres nem sabem que podem salvar a vida de tantos bebês ao doar seu leite. “Acho que esse tipo de informação é fundamental. Quando a mulher sabe que pode ajudar, ela ajuda. E é para isso que eu estou aqui. Espero que essa campanha conscientize as mulheres da importância que de ser generoso e solidário”, disse.
O dia nacional de doação de leite humano, celebrado todo dia 1° de outubro, deverá ser alterado para 19 de maio. A mudança é devido a um acordo firmado na Carta de Brasília de 2010, assinada por ministros da Saúde de 21 países. No documento, os países se comprometeram a instituir o dia 19 de maio como dia de doação de leite humano e pleitear, junto à Organização Mundial de Saúde (OMS), a criação do Dia Mundial de Doação de Leite Humano. A Rede de Leite Humano está se mobilizando nos estados para a criação de semanas estaduais de incentivo.