Prefeitura Municipal de Bom Despacho

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Ex-Prefeito Nicolau Teixeira Leite

Ex-Prefeito Nicolau Teixeira Leite

Nicolau Teixeira Leite

(1951-1955 aprox.)

Nascimento: 07 de Agosto de 1897

Filiação: Martinho Fidelis Teixeira e Rita Augusta do Couto Leite

Cônjuge (s): Averilda Gomes da Silva; Iris Gontijo

Filhos: Maria Margarida Teixeira; Maria Margarida Teixeira Magalhães; Vicente de Paulo Teixeira Leite; José Mauro Teixeira Leite; Crispim Gomes Teixeira; Martinho de Dume Teixeira; Marta Maria Teixeira; Paulo de Tarso Teixeira; Marta de Jesus Teixeira; Paulo de Tarso Teixeira; Ana Maria Teixeira da Silva; Maria Madalena Teixeira; João Evangelista Teixeira; Rita Augusta Teixeira; Maria Inês Teixeira Gontijo; Marília Teresa Teixeira Gontijo.

Ocupação: Advogado, professor, jornalista e político

Falecimento: 27 de Outubro de 1994

Nicolau Teixeira Leite nasceu em Bom Despacho, em 07 de agosto de 1897. Filho de Martinho Fidelis Teixeira e Rita Augusta do Couto Leite, procedente de uma rica família de fazendeiros da região. Nicolau foi criado dentro dos princípios cristãos desde muito novo. Desta forma, quando criança foi sacristão, tendo como responsabilidade bater o sino da igreja na hora correta. Iniciou seus estudos com o padre Nicolau Del Duca, e continuou na escola de dona Chiquinha Soares. Em seguida, ingressou na escola primária fundada por José Correia Maia.

Em 1912, quando o arraial tornou-se Vila e Município, Nicolau Leite trabalhava na Ressaquinha. Dois anos depois, foi morar em São João Del Rey, para trabalhar como comerciário e auxiliar de escritório. Retornou a Bom Despacho em 1917, para trabalhar no comércio. Em 1920, mudou para Dores do Indaiá, onde conheceu Averilda Gomes da Silva, com quem se casou e teve 14 filhos. Em 1934 concluiu os estudos, em seguida, foi aprovado no curso de Direito e, quando terminava seu último ano, a faculdade fechou. Em 1939, aos 42 anos, prestou exames na Faculdade de Direito de Belo Horizonte, sendo aprovado com nota máxima. Em 1944, entrou na justiça e conseguiu a licença para exercer a advocacia. Não há registro sobre o motivo dele ter que entrar na justiça para advogar.

Nicolau Teixeira Leite exerceu diversos ofícios e profissões: foi alfaiate, fabricante de banha, tipógrafo, jornalista, livreiro, procurador, advogado, funcionário público, professor, político e administrador escolar. Ao retornar a sua cidade natal, abriu uma tipografia, localizada no centro da cidade e fundou o primeiro jornal da cidade, “O Bom Despacho”. Era ótimo orador e tinha grande bagagem cultural. Gostava muito de viajar. Participou de vários Congressos Eucarísticos Nacionais, em Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro. Em 1950 viajou para a Europa, principalmente Portugal e Itália, quando conheceu pessoalmente Sua Santidade o Papa Pio XII. Católico praticante, foi um dos primeiros Ministros da Eucaristia do Brasil. Aos 11 anos ingressou na Conferência de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, da Sociedade de São Vicente de Paula, muito atuante da assistência às famílias mais carentes. Foi um dos fundadores das Conferências Rurais no Engenho do Ribeiro, no Retiro dos Agostinhos, na Passagem. Posteriormente, fez parte da Conferência São José, permanecendo até o final de sua vida.

Nicolau Leite foi presidente da Sociedade de São Vicente de Paula de 1930 a 1970. Neste período instituiu quase 20 Conferências Vicentinas. Ademais, foi um dos fundadores da Vila Vicentina, localizada entre a Rua da Olaria e a Rua do Rosário. Grande parte da sua vida foi dedicada a Santa Casa de Caridade de Bom Despacho, como seu provedor de 1935 a 1979. Enquanto dirigente, inaugurou o Pavilhão, a Farmácia de Manipulação, cuja produção de medicamentos era voltada para a distribuição gratuita aos necessitados, e adquiriu um moderno aparelho de Radiologia.

Como político, Nicolau Leite teve uma vasta experiência, sendo militante atuante. No início, entrou na ala conservadora, integrando o PRM quando Artur Bernandes era presidente do Brasil. Fez oposição a Aliança Liberal e, após a Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas ascendeu ao poder através de um golpe, Nicolau Leite, teve que ficar temporariamente foragido para evitar as perseguições e prisões políticas. Durante esse período ditatorial, ficou impedido de circular seu jornal por um tempo. Em Bom Despacho, era oposição frente ao interventor Flávio Cançado Filho, o Favuca. No entanto, ao fim do governo Vargas, lançou-se no jogo político da cidade. Durante a redemocratização, integrou o Partido Republicano de Artur Bernardes, e contribuiu para a eleição de Dr. Hugo através da UDN. Auxiliou o novo prefeito na construção do ginásio local e da Escola Agrícola.

Nicolau Leite tornou-se prefeito de Bom Despacho de forma interina, quando o candidato eleito em 1951, Cisalpino Marques Gontijo, renunciou ao cargo dias após assumir. No início, Walfrido Teixeira foi prefeito e, após dois anos, Leite assumiu. Ao finalizar seu mandato, a UDN, principalmente o Dr. Miguel, decidiu lançar seu nome para candidato a Prefeitura e assim foi feito. Todavia, seu adversário, o médico Roberto Queiroz, ganhou as eleições, apesar das várias acusações de irregularidades – para Nicolau, as urnas foram roubadas. Após sua breve gestão, não saiu da política. Ainda foi vereador, presidente da Câmara Municipal, e secretário da Prefeitura.

A vida política de Bom Despacho contou com a forte participação de Nicolau Teixeira Leite, atuando no governo ou na oposição. Apesar de assumir a função de Prefeito por quase dois anos, exerceu legitimamente apenas no período de 03 de agosto de 1950 a 31 de agosto do mesmo .

Aos 82 anos, assumiu a presidência da ABAP e deu um novo rumo a instituição através da reforma do Estatuto, da legalização da situação burocrática e conseguiu, junto ao Ministério da Justiça, o Certificado de Filantropia Federal. Em reconhecimento aos seus méritos,, recebeu o título de Presidente Honorário da ABAP; o Diploma de Mérito Municipal; o Título Honorário do Município de Araújos e, no Bairro Babilônia, uma rua foi nomeada como Nicolau Leite.

Nicolau Teixeira Leite, figura importante na política local, faleceu em 25 de Outubro de 1994, aos 97 anos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GUERRA, Jacinto. Gente de Bom Despacho: histórias de quem bebe água da Biquinha. Brasília: Thesaurus, 2003.

OLIVEIRA, Itamar de. Bom Despacho que te quero bom: fragmentos de um painel político – 1946-1986. Belo Horizonte: Editora O Lutador. 1987.

RESENDE, Fernando Humberto de. Bom Despacho 300 anos: homens que a construíram.Tomo III. São Paulo: Scortecci, 2018.